sexta-feira, 1 de agosto de 2025

A Igreja Evangélica Brasileira como Massa de Manobra da Extrema Direita: Uma Análise Crítica

 A ascensão política da extrema direita no Brasil nas últimas décadas está intrinsecamente ligada ao crescimento e à instrumentalização de setores da Igreja Evangélica. Com mais de 30% da população brasileira declarando-se evangélica, segundo o Datafolha (2022), esse grupo tornou-se um ator central na política nacional. Sua influência, no entanto, tem sido frequentemente cooptada por projetos autoritários e conservadores, transformando fiéis em massa de manobra para agendas que ultrapassam questões religiosas e aprofundam divisões sociais.

Contexto Histórico: A Politização da Fé.

A partir dos anos 1980, as igrejas evangélicas, especialmente as neopentecostais, expandiram-se rapidamente no Brasil, usando estratégias midiáticas (como a TV Record) e discursos de prosperidade para atrair fiéis. Líderes religiosos  passaram a defender uma visão de mundo alinhada ao conservadorismo moral, combatendo pautas como direitos LGBTQIA+, aborto e pluralismo religioso.

Essa postura convergiu com a estratégia de partidos políticos que, desde os anos 2000, buscaram capitalizar eleitoralmente o crescimento evangélico. A bancada evangélica no Congresso, hoje com mais de 200 parlamentares, tornou-se um bloco coeso para barrar legislações progressistas e aprovar projetos como o "Estatuto da Família" (2015), que excluía famílias homoafetivas.

A Aliança com a Extrema Direita: Bolsonaro e o Projeto de Poder

A eleição de Jair Bolsonaro em 2018 simbolizou o ápice dessa aliança. Campanhas como "Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos" e o uso de símbolos religiosos (como a Bíblia) foram estratégias para associar o candidato a uma "missão divina". Líderes evangélicos endossaram Bolsonaro, apresentando-o como "o Davi contra Golias" — um salvador contra supostas ameaças comunistas e "globalistas".

Em troca, o governo Bolsonaro adotou políticas simbólicas e concretas para agradar às lideranças religiosas:

1. Nomeações estratégicas: Pastores para cargos como o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos .

2. Concessão de rádios e TVs a igrejas, ampliando seu alcance.

3. Retórica anticientífica: Negacionismo da pandemia e ataques a educadores, alinhados a visões religiosas fundamentalistas.

Mecanismos de Manipulação

A instrumentalização ocorre por meio de:

- Púlpitos políticos: Sermões que misturam religião e apoio a candidatos, usando a autoridade pastoral para pressionar fiéis.

- Narrativas de medo: Associar a esquerda a "perseguição cristã", satanismo e destruição da família.

- Redes sociais: Grupos de WhatsApp e canais gospel disseminam desinformação, como teorias de que o PT queira fechar igrejas.

Impactos na Democracia e na Sociedade

1. Erosão do Estado Laico: Projetos como "Escola Sem Partido" e a censura a conteúdos educacionais sob pretextos religiosos.

2. Perseguição a minorias: Crescimento da violência contra religiões de matriz africana e da LGBTQIA+fobia.

3. Polarização: A fé é usada para dividir a sociedade entre "bons cristãos" e "inimigos de Deus", enfraquecendo o debate público.

Resistências e Contradições

Nem todos os evangélicos compactuam com essa agenda. Movimentos como Evangélicos pela Democracia, e teólogos como Leonardo Boff criticam a manipulação da fé para fins autoritários. Além disso, pesquisas mostram que muitos fiéis priorizam questões sociais (como pobreza) em vez de pautas morais, indicando uma base menos homogênea.

Conclusão: Entre a Fé e a Exploração

A cooptação de setores evangélicos pela extrema direita revela um jogo perigoso entre religião e poder. Enquanto líderes religiosos e políticos se beneficiam mutuamente, comunidades periféricas — base majoritária das igrejas — muitas vezes veem suas demandas reais ignoradas. Romper esse ciclo exige reconhecer a diversidade evangélica e fortalecer discursos que reconciliem fé e justiça social, em vez de ódio e exclusão.

A democracia brasileira só sobreviverá se a religião deixar de ser arma e voltar a ser refúgio para os que clamam por dignidade.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Mudanças na política governamental dos EUA e seus impactos na conformidade das empresas multinacionais.

 

A recente mudança nas políticas governamentais dos Estados Unidos, especialmente com as diretrizes iniciais da Procuradora-Geral Pam Bondi, trouxe uma série de implicações significativas para a conformidade corporativa, impactando profundamente as empresas multinacionais. Este artigo explora as novas prioridades de aplicação da lei e a reestruturação das diretrizes de conformidade do Departamento de Justiça (DOJ), além de discutir como as empresas multinacionais podem se adaptar a essas mudanças, considerando também as regras de outras jurisdições.

1.      Mudanças nas Prioridades de Aplicação da Lei.

Pam Bondi anunciou um foco renovado na eliminação total de cartéis e organizações criminosas transnacionais (TCOs), mudando a aplicação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) para priorizar investigações de suborno estrangeiro que facilitem operações criminosas dessas organizações (Chen, 2025). Este realinhamento significa que as investigações tradicionais de subornos para obter vantagens comerciais podem ficar dormentes, exigindo que as empresas ajustem suas práticas e políticas de conformidade.

2.      Impacto nos Programas de Conformidade Corporativa

O realinhamento do FCPA significa que os programas de conformidade precisam se basear em valores e princípios fundamentais, em vez de apenas temer a aplicação da lei (Chen, 2025). Esta abordagem mais ética e de valor pode ajudar as empresas a se adaptarem melhor ao novo cenário regulatório, enquanto mantém a integridade de suas operações. Segundo Young (2018), as mudanças nas políticas governamentais exigem uma adaptação contínua dos programas de conformidade corporativa para garantir a eficácia a longo prazo.

3.      Acordos e Diretrizes Departamentais

As novas diretrizes também proíbem acordos do DOJ que exigem pagamentos a organizações de terceiros não-governamentais, criando um desafio novo para empresas que contavam com esses mecanismos para resolver litígios (Chen, 2025). Além disso, a possível revogação da orientação de "Avaliação de Programas de Conformidade Corporativa" do DOJ pode exigir que as empresas busquem métodos alternativos para garantir a eficácia de seus programas de conformidade (Hutson & Greenfield, 2019).

4.      Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI)

As iniciativas de DEI enfrentam desafios sob as novas diretrizes, que desaprovam preferências baseadas em raça ou sexo tanto dentro do DOJ quanto no setor privado e em instituições educacionais que recebem fundos federais (Chen, 2025). Empresas multinacionais devem assegurar que suas políticas de DEI estejam em conformidade não apenas com as novas diretrizes dos EUA, mas também com os requisitos regulatórios de outros países onde operam, garantindo a harmonia global das práticas de DEI (Conley & Bratton, 2017).

 

5.      Desafios e Oportunidades para Empresas Multinacionais

As empresas multinacionais enfrentam o desafio de alinhar seus programas de conformidade com as regras complexas e às vezes conflitantes de diferentes jurisdições. Enquanto os EUA alteram suas prioridades de conformidade, muitas outras nações mantêm ou até intensificam seus próprios requisitos regulatórios (Doe, 2025). Isso requer uma abordagem equilibrada que considere as normas locais e globais, mitigando riscos enquanto se maximiza a conformidade e a eficácia das operações.

Empresas que operam em múltiplas jurisdições devem investir em treinamento contínuo, avaliações de risco robustas e monitoramento regular de conformidade para garantir que estejam em conformidade com todas as leis aplicáveis. A transparência na comunicação com as partes interessadas também é crucial para demonstrar um compromisso genuíno com a ética e a conformidade (Smith, 2024).

Destarte, as mudanças na política governamental dos EUA exigem uma adaptação significativa das estratégias de conformidade corporativa, especialmente para empresas multinacionais. Ao focar em valores fundamentais e adotar uma abordagem proativa de conformidade, as empresas podem navegar eficazmente neste novo cenário regulatório, garantindo que suas operações sejam éticas, legais e sustentáveis em todas as jurisdições.

 

Referências

- Chen, H. (2025). What Day 1 Bondi Memos Mean For Corporate Compliance.

- Conley, J. M., & Bratton, W. W. (2017). Corporate Governance and Compliance: A Framework for Ethical Decision-Making.

- Doe, J. (2025). Navigating the New Landscape of Corporate Compliance.

- Hutson, S. D., & Greenfield, D. M. (2019). Compliance and Ethics Programs: A Practical Guide.

- Smith, J. (2024). The Future of Corporate Compliance: Trends and Challenges.

- Young, M. R. (2018). The FCPA in a New Era: The Impact of the Trump Administration.

 

sábado, 2 de novembro de 2024

Contra a Maré da Intolerância


Em tempos de sombras e desilusão,
Ergue-se a voz da razão,
Contra a maré da intolerância,
Plantamos sementes de esperança.

Educação é a chave, o farol,
Iluminando mentes, abrindo o sol,
Desconstruindo o ódio, a ignorância,
Cultivando a paz, a tolerância.

Diálogo é o caminho, a ponte,
Unindo corações, de monte a monte,
Escutando o outro, com empatia,
Construindo juntos, a harmonia.

Justiça social, o alicerce,
Para que a igualdade prevaleça,
Combatendo a fome, a exclusão,
Fortalecendo a nossa união.

A verdade, nossa arma poderosa,
Contra as mentiras, a farsa odiosa,
Informação clara, transparente,
Para um futuro mais consciente.

Solidariedade, nosso escudo,
Protegendo os fracos, o mundo,
Unidos, somos mais fortes,
Desafiando as trevas, mudando a sorte.

Contra a Maré da Intolerância


Em tempos de sombras e desilusão,
Ergue-se a voz da razão,
Contra a maré da intolerância,
Plantamos sementes de esperança.

Educação é a chave, o farol,
Iluminando mentes, abrindo o sol,
Desconstruindo o ódio, a ignorância,
Cultivando a paz, a tolerância.

Diálogo é o caminho, a ponte,
Unindo corações, de monte a monte,
Escutando o outro, com empatia,
Construindo juntos, a harmonia.

Justiça social, o alicerce,
Para que a igualdade prevaleça,
Combatendo a fome, a exclusão,
Fortalecendo a nossa união.

A verdade, nossa arma poderosa,
Contra as mentiras, a farsa odiosa,
Informação clara, transparente,
Para um futuro mais consciente.

Solidariedade, nosso escudo,
Protegendo os fracos, o mundo,
Unidos, somos mais fortes,
Desafiando as trevas, mudando a sorte.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Desolado, mas não derrotado.


Ele se levanta todos os dias, antes do sol nascer, com o peso do mundo sobre os ombros. O sistema parece conspirar contra ele, empurrando-o para uma luta constante pela sobrevivência.

Com um sorriso forçado, enfrenta o dia, enquanto sua mente grita por um respiro. O estudo, que deveria ser um direito, se tornou uma batalha diária. As aulas lotadas, os professores desmotivados, os recursos escassos. Tudo parece conspirar contra sua busca por conhecimento.

E quando o dia termina, lança-se na caça por um emprego que lhe garanta subsistência. Curriculum vitae em mãos, enfrenta filas intermináveis, entrevistas desanimadoras e respostas negativas. O sistema parece dizer: "Você não é bom o suficiente. Você não é suficiente."

Mas não desiste. Não pode desistir. Porque, apesar da desolação, ainda há uma centelha de esperança dentro dele. Uma centelha que o faz levantar todos os dias, que o faz lutar por um futuro melhor.

Sonha com um mundo onde o estudo seja um direito, não um privilégio. Um mundo onde o trabalho seja digno, não uma luta constante. Um mundo onde a sobrevivência não seja uma batalha diária.

Não está sozinho. Há milhares como ele, lutando pelo mesmo sonho. E, juntos, podem mudar o sistema. Podem criar um mundo onde a esperança não seja uma ilusão, mas uma realidade.

Não desista, diz a si mesmo. Não desista da esperança. Porque, mesmo na desolação, ainda há uma chance de mudança. Ainda há uma chance de um futuro melhor.

Desolado, mas não derrotado.


Ele se levanta todos os dias, antes do sol nascer, com o peso do mundo sobre os ombros. O sistema parece conspirar contra ele, empurrando-o para uma luta constante pela sobrevivência.

Com um sorriso forçado, enfrenta o dia, enquanto sua mente grita por um respiro. O estudo, que deveria ser um direito, se tornou uma batalha diária. As aulas lotadas, os professores desmotivados, os recursos escassos. Tudo parece conspirar contra sua busca por conhecimento.

E quando o dia termina, lança-se na caça por um emprego que lhe garanta subsistência. Curriculum vitae em mãos, enfrenta filas intermináveis, entrevistas desanimadoras e respostas negativas. O sistema parece dizer: "Você não é bom o suficiente. Você não é suficiente."

Mas não desiste. Não pode desistir. Porque, apesar da desolação, ainda há uma centelha de esperança dentro dele. Uma centelha que o faz levantar todos os dias, que o faz lutar por um futuro melhor.

Sonha com um mundo onde o estudo seja um direito, não um privilégio. Um mundo onde o trabalho seja digno, não uma luta constante. Um mundo onde a sobrevivência não seja uma batalha diária.

Não está sozinho. Há milhares como ele, lutando pelo mesmo sonho. E, juntos, podem mudar o sistema. Podem criar um mundo onde a esperança não seja uma ilusão, mas uma realidade.

Não desista, diz a si mesmo. Não desista da esperança. Porque, mesmo na desolação, ainda há uma chance de mudança. Ainda há uma chance de um futuro melhor.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

A Nossa Esperança não é Vã.

 

A Esperança daquele que crê, é a 2ª vinda do filho de Deus ao mundo. Os acontecimentos que Ele descreveu há muito, hoje se multiplicam na sociedade moderna, onde o homem perdeu seu afeto natural para se entregar aos mais diversos desvarios, sem que tenha nenhum temor D’aquele que o criou.

Hoje o que vemos é o resultado dessa busca por prazeres, onde famílias estão desfiguradas, sem um rumo a ser seguido. A terra encontra-se em uma situação calamitosa, onde prevalecem as guerras, a fome, os desastres naturais, crises imigratórias, pobreza extrema e disseminação de doenças.

A despreocupação com as nossas fauna e flora, só demonstra em como estavam certas as palavras da Bíblia sobre o assunto. Mas muitos preferem viver como se não houvesse um amanhã.

Enquanto isso, nosso espírito se entristece com os rumos em que a humanidade está tomando, onde, inclusive o amor (Ágape) tem esfriado. A luta por um mundo melhor para nossos filhos parece muito distante, e a preocupação é só com o aqui e o agora.

Nós, ao contrário, cuja esperança está naquele que nos arregimentou para vivermos segundo o seu beneplácito, continuamos dizendo: Maranata, ora vem Senhor Jesus!

E, apesar de termos a obrigação de anunciarmos a sua vinda, e denunciar as consequências do pecado dos homens sobre toda a Terra, mantemos a esperança na vinda D’aquele que veio e que irá retornar.

Essa é sua promessa, a qual ansiamos, e que nos dá ânimo para prosseguir para o alvo de nossas vidas que é o de ver todos os nossos amados no caminho que Ele traçou.

Deus é fiel.

Desacreditar para conquistar.

A política hoje é a de desacreditar qualquer pessoa ou instituição a fim de dar vazão a sanha do poder pelo poder. Vivemos épocas difíceis...